Diversidade de gênero nas empresas: como podemos evoluir?

Saiba de que maneira é possível promover um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo, por meio de práticas que debatam os preconceitos estruturais.

Você já observou como é a representatividade feminina na empresa em que trabalha? Qual a proporção de colaboradoras em relação ao número de homens empregados por ela? Quantos cargos de liderança e gerência são ocupados por mulheres? Você já pensou no impacto desses números para o seu local de trabalho?

Foi a partir desses questionamentos que surgiu o projeto BeeWoman, como uma forma de discutir a importância da diversidade nas empresas.

Por isso, neste artigo, você poderá acompanhar um resumo das discussões sobre esse assunto, que ocorreram no quinto encontro do grupo e contou com a participação não apenas das mulheres da agência, mas, também, dos colaboradores.

 

Desigualdade de salário e oportunidades

Segundo a pesquisa “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são a maioria no ensino superior.

Mesmo em meio a tantos desafios, como a divisão entre o trabalho fora de casa, as atividades domésticas e a criação dos filhos, elas têm persistido para concluir uma faculdade. No grupo com 25 anos ou mais de idade, 19,4% das estudantes tinham ensino superior completo, em 2019, contra 15,1% dos homens. Na faixa etária de 45 a 54 anos, 19,4% das mulheres tinham nível superior contra apenas 13,8% dos homens com a mesma titulação.

Mas, apesar de serem a maioria com diploma de graduação e mostrarem habilidade para o mundo corporativo, as mulheres ainda recebem menos do que os homens. Conforme apurou o IBGE, a desigualdade salarial nos cargos de liderança pode ser registrada em todo o país.

O público feminino ganhou 77,7% do salário dos homens em 2019. A diferença se acentua ainda mais em comparação com cargos de direção e gerência, os quais são ocupados apenas 34,7% pelo sexo feminino, que ganham 61,9% do rendimento dos homens.

Com isso, notamos como alguns fatos históricos e culturais, permeados por preconceitos estruturais, como o machismo, impedem que elas cheguem com mais rapidez no topo das empresas.

 

E como podemos evoluir?

Para mudarmos esse cenário de desigualdade dentro das empresas, é preciso um esforço conjunto, em que possamos agir pela transformação todos os dias, apoiando, fortalecendo o movimento, discutindo os preconceitos estruturais e sendo empáticos.

E é isso o que estamos fazendo na Bee Creative com o grupo BeeWoman! É por isso que estamos aqui — trabalhando diariamente para realizar mudanças internas que considerem a participação feminina nas empresas.

Como cada um pode contribuir?

Para saber de que forma colaborar com um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo, separamos algumas dicas de como agir. Confira:

  1. Apoie e compartilhe mais: você sente que tem mais conhecimento sobre empoderamento feminino, machismo e assédio? Então comente, apoie, discuta e oriente as outras pessoas também. Você pode fazer isso no seu círculo de amigos, nas redes sociais, bate-papos com colegas de trabalho e em reuniões familiares.
  2. Atente-se a certas situações:
  • Mansplaining e manterrupting: se você presenciar uma mulher sendo interrompida no meio de alguma explicação ou opinião, durante suas atividades de trabalho, em especial por um homem, interfira educadamente para possibilitar que ela possa concluir seu raciocínio.
  • Bropriating: se eu perceber que alguém, em especial um homem, está se apropriando de uma ideia já expressada por uma mulher e, com isso, levando os créditos por ela, você educadamente pode dizer: “essa ideia já tinha sido apresentada por ‘fulana’, certo?”
  • Gaslighting: se eu identificar que uma mulher está passando por um tipo de abuso psicológico denominado “Gaslighting”, vindo de um homem ou de uma mulher, vou oferecer ajuda. Se for no trabalho, que ela procure pelo seu Gestor (a) ou um dos sócios (a). Se for uma amiga ou familiar, que busque ajuda psicológica profissional.
  1. Não diga mais coisas como “você deve estar naqueles dias” ou “você está de TPM, né?”: quando as mulheres discordam de alguma coisa, não querem fazer algo ou estão irritadas, os homens (e até outras mulheres) tendem a dizer esse tipo de frase. Elas certamente têm algum motivo e, muito provavelmente, não é a TPM. Dialogue em vez de dar justificativa. Dizer frases como essas apenas passam o sentimento de desmerecimento.
  2. Troque as frases:
  • “Já pode se casar!” para “Já pode se virar sozinha!”
  • “Seja homem!” por “Seja você mesmo!”
  • “É uma mulherzinha!” por “Vença seus medos, acredito em você.”
  • “O homem da casa” por “Cuide de sua casa, tenha responsabilidade”
  • “Ele ajuda nas tarefas de casa” por “Ele faz as tarefas de casa”
  1. Não reforce a rivalidade feminina: pergunte-se: “Por que estou enxergando aquela mulher como concorrente?”, “Por que estou colocando aquelas mulheres para competir por algo que elas nem sabem?”. Isso acontece. Vivemos em uma cultura machista que propaga que as mulheres não conseguem ser amigas, que são rivais entre si por natureza. Mas juntas e unidas somos muito mais fortes!
  2. Leia, assista, ouça e indique o trabalho de mulheres: divulgue e consuma bons trabalhos feitos por outras mulheres na empresa, comunidade e na sociedade.
  3. Pergunte antes de tomar uma decisão pelas mulheres: não podemos tomar uma decisão tendo por base o que achamos ser melhor para a outra pessoa e isso é muito comum de acontecer com as mulheres.
  4. Posicione-se: se você presenciar uma atitude machista (vinda de homens ou mulheres), assédio moral ou sexual, posicione-se. Ao sinal de uma frase ou comportamento, você deve se posicionar e denunciar.

O encontro

No dia 20 de abril, os colaboradores da agência Bee Creative se reuniram para discutir formas de promover a diversidade no local de trabalho, a partir desse contexto.

Por meio disso, foi proposta uma dinâmica, em que foi usado o “baralho da diversidade”, de modo que os colaboradores pudessem compartilhar suas histórias e vivências e, assim, refletir como as características ou situações individuais influenciam os seus caminhos pessoais e profissionais.

Portanto, o objetivo foi passar a ideia de que é importante conhecer, respeitar e valorizar as diferenças entre as pessoas que nos cercam, tornando as interações no ambiente de trabalho mais produtivas e inclusivas.

No caso do BeeWoman, foram apresentadas 5 situações diferentes e, depois, deixada a discussão em aberto para quem desejasse compartilhar suas experiências. Confira cada uma delas e reflita também!

  1. Pense em uma característica que você admira muito em uma pessoa da equipe, mas que você não tem. Quem pode falar sobre isso? 
  • Qual característica é essa e por que você gostaria de tê-la?
  • Conte um episódio em que essa característica foi usada.
  • Conviver com essa característica que você não tem é sempre agradável? Ou em alguns momentos te irrita?
  • Conte como é conviver com essa diferença.

 

  1. Fui chamado (a) para uma reunião apenas para fazer figuração, com o objetivo de ganharmos o contrato com o novo cliente. Não precisei falar e nem provar nada, apenas minha presença foi o suficiente para o cliente fechar o contrato.
  • O que você acha dessa situação?
  • Como você se sentiria?

 

  1. Todos os dias, quando estou andando na rua para vir ao trabalho, sinto medo. Além disso, tenho evitado fazer atividades físicas ao ar livre – eu amava correr no meu bairro, mas precisei evitar esse tipo de situação.
  • Qual medo você acha que essa pessoa sente?
  • Você já viveu esse tipo de situação?

 

  1. [CHARADA] Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a ambulância, mas o pai não resiste e morre no local. O filho é socorrido e levado ao hospital. Ao chegar ao hospital, o profissional mais competente do centro cirúrgico vê o menino e diz: “Não posso operar esse menino! Ele é meu filho.”
  • Quem você acha que deveria operar o menino, mas se recusa?
  • Por que você acha que é essa pessoa?

 

  1. Em uma entrevista de emprego, me perguntaram se eu queria ter filho nos próximos 2 anos. Fiquei com medo, pois posso perder a vaga caso diga sim. Depois disso, penso em não ter filhos para não prejudicar a minha carreira.
  • Esse tipo de posicionamento vem de um homem ou mulher?
  • Você já viveu ou pensou nesse tipo de situação?

 

Concluindo…

A partir dessas discussões refletimos sobre o caminho que há pela frente e a missão que a Bee Creative tem em se posicionar e usar o seu papel como empresa para transformar a realidade.

E esse também pode ser o seu papel, pois se juntAs somos mais fortes, juntOs somos mais ainda!

 

Em nossa página do site, você pode explorar outros conteúdos sobre o grupo e ficar por dentro do que acontece em nossas reuniões.

Compartilhe esse post nas redes sociais:

Mais artigos