O poder da negociação

Entenda por que é tão importante que as mulheres exercitem o seu poder de negociação para que saibam negociar as suas vontades

As relações atuais, em qualquer âmbito social, para que possam funcionar em harmonia, exigem que os indivíduos tenham a habilidade de entender as suas próprias vontades e, também, saber expressá-las para o outro.

No entanto, muitas pessoas sofrem dificuldades em demonstrar o que sentem e de se imporem a respeito disso — algo ainda mais comum na vida das mulheres, que devido à forma como são socializadas, acabam tendo que lidar com diversos obstáculos, ligados, principalmente, à insegurança.

Por isso, desenvolver competências comunicativas e emocionais para saber se posicionar diante de diversas situações, sabendo negociar as suas vontades, é algo fundamental.

No quarto encontro do grupo BeeWoman, as mulheres da agência Bee Creative discutiram algumas estratégias de negociação, de modo que pudessem exercitar o seu poder de argumentação para vender as suas ideias e alinhar as expectativas em seus relacionamentos — sejam profissionais ou pessoais.

A seguir, você poderá ver um resumo das discussões e pontos importantes que surgiram durante a reunião, além de se inteirar sobre a dinâmica realizada no dia. Com isso, você entenderá por que é tão importante que as mulheres exercitem o seu poder de negociação.

 

Mulheres não negociam

Segundo pesquisas recentes da economista americana Linda Babcock, as mulheres têm muito menos propensão a iniciar negociações que os homens. Elas não costumam pedir o que querem e, quando isso acontece, acabam sendo 15% mais modestas e obtêm resultados 25% piores.

A conclusão, além do fato de as mulheres terem um modo mais cooperativo de negociar, enquanto os homens são mais competitivos, é de que as mulheres se dão pior nas negociações porque têm metas mais baixas. Quando elas finalmente pedem, pedem menos que os homens — uma questão que está totalmente relacionada ao conceito da Síndrome da Impostora.

Criado por duas psicólogas clínicas norte-americanas em 1978, Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, o termo expressa a ideia de que, apesar de acumularem conquistas acadêmicas e profissionais, as mulheres acreditam não serem tão brilhantes e que estão enganando os que pensam o contrário. Mais tarde, autoras como Jessamy Hibberd e Valerie Young finalizaram a definição desse conceito, entendendo como isso seria uma questão de falta de confiança em si mesmo.

Várias especialistas opinam que a síndrome é sistêmica, fazendo parte da estrutura social, que influencia a forma como as mulheres atuam em sociedade. Elas são condicionadas a diversos comportamentos, em que se espera delas menos agressividade e uma ambição menos óbvia. Com isso, se autoexcluem e deixam de ocupar espaços que poderiam caber a elas.

 

O encontro

No dia 6 de abril, as mulheres da agência Bee Creative se reuniram para discutir como essas questões impactam negativamente em seus relacionamentos profissionais e pessoais. Assim, foi levantado um debate acerca de estratégias de negociação que poderiam ajudá-las a exercitar o seu poder de argumentação para vender as suas ideias e vontades.

A partir disso, trabalhou-se com as definições das palavras “vender”, “expectativa” e “negociação”, de modo que as colaboradoras pudessem responder as suas perspectivas sobre o assunto. Os significados explorados desses termos foram:

Vender

  • Transferir a propriedade de (bem ou mercadoria) em troca de pagamento convencionado: vender uma casa.
  • Fazer comércio de; negociar em: “há dez anos que vende imóveis”.
  • Sacrificar (o que se deveria preservar ou defender) a troco de dinheiro: “vender a consciência”; “vender a pátria”.
  • Sinônimo de: negociar, ceder, colocar, alienar, mercar, traspassar.

 

Expectativa

  • Condição de quem espera para que algo aconteça: expectativa de tempestade.
  • Estado de quem espera algum acontecimento, baseando-se em probabilidades ou na sua possível efetivação: “expectativa de contrato”.
  • Sinônimo de: espera, esperança, possibilidade, probabilidade.

 

Negociação

  • Realizar operações comerciais; comercializar: “negociar com os clientes”.
  • Discutir para chegar a um acordo; acordar: “negociar com outros países”.
  • Agir para concretizar ou finalizar alguma coisa; ajustar, contratar: “negociar o espaço para o evento”.
  • Sinônimo de: agenciar, comerciar, ajustar, celebrar, contratar, diligenciar, comercializar, barganhar.

 

Dinâmica

Diante da discussão inicial, a respeito dessas definições, esclareceu-se que suas ideias centrais estão interligadas, uma vez que uma negociação efetiva depende da venda de ideias e sentimentos, além do alinhamento de expectativas — algo que só pode ocorrer com uma comunicação eficiente.

Levando isso em conta, foi proposta uma dinâmica sobre negociação, em que as mulheres da agência deveriam trabalhar em dupla sobre um case específico. A atividade funcionou da seguinte forma:

  • A partir da interpretação de personagens, as colaboradoras deveriam exercitar o seu poder de argumentação, sabendo impor as suas ideias, mas, também, sabendo acolher a ideia da colega.
  • Uma das personagens deveria interpretar a dona de uma empresa, que estava cansada de ter os mesmos problemas com uma agência de publicidade e, por isso, queria reincidir o contrato. A outra personagem era a dona da agência que deveria manter o cliente.

As meninas puderam ter várias percepções legais sobre essa negociação, uma vez que elas perceberam o quão difícil foi administrar as ferramentas certas de comunicação para obter o melhor argumento e chegar no melhor acordo. Por outro lado, também notaram como foi possível trabalhar a sua confiança para argumentar as suas necessidades, sem aceitaram “logo de cara” a proposta da sua dupla.

 

Conclusões e pontos importantes

Por meio da dinâmica, foi possível pontuar diversas questões importantes, como o fato de que, para trabalhar as expectativas dentro dos nossos relacionamentos, é necessário que se façam sempre perguntas, sabendo lidar com os interesses que estão em jogo — e quando não houver resposta, basta devolver com perguntas.

Assim, entendeu-se que é preciso ter sempre uma negociação ganha-ganha e não ganha-perde, em que os dois lados possam sair satisfeitos, sem precisar renunciar o que é importante para eles.

Além disso, também foi possível aprender no encontro que, independentemente de se tratar de uma negociação ou não, é importante se levantar quando for chamada para falar algo. Dessa forma, estabelece-se e se passa confiança.

Compartilhe esse post nas redes sociais:

Mais artigos